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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ciberviciado Compulsivo - Final


Após a entrevista com o Sr. Simpático, visitei outros nativos e fiz as mesmas perguntas, compreendi, então que todas as histórias, salvo alguns leves detalhes, se repetem numa vila mantida por um latifundiário de milho soja e criação de gado.
Pra quem achava que não encontraria coisas interessantes para fazer, surpreendi-me com a força da tradição presente naqueles habitantes pacatos. No final da tarde, houve uma Via Sacra e todos participaram. Um seminarista puxava a procissão enquanto os espectadores em vigília, acompanhavam apreensivos a ida de Jesus ao calvário no topo da colina mais próxima.
Daí, viajei para 1972 anos atrás na época da crucificação de Jesus Cristo (quem achar estranho a conta, lembrem-se que Jesus nasceu, na verdade, em 6 d.C). Confesso que comecei a pensar como teria sido tal acontecimento caso houvesse todos os recursos da internet.
Provavelmente, apareceria um @jchristi com 12 seguidores que pregaria ensinamentos bastante revolucionários e, rapidamente seus tweets estariam no trending topics. As parábolas seriam contadas numa conta wordpress, pois com a restrição dos caracteres seria difícil trazer a profundidade dos temas e a sua captura aconteceria após um tal @jiscariotes tuitar “Eu vi @jchristi no Monte das Oliveiras”.
Brincadeiras a parte, após a Via Sacra, fui até a festa que o Sr. Simpático comentara. Imaginei não haver grandes acontecimentos, mas novamente, surpreendi-me. No lugar do sertanejo de raiz, funk e música eletrônica tocadas para um público de poucos habitantes e forasteiros da cidade vizinha. Os efeitos de um squash me trouxeram alguns ares metropolitanos e paquera foi o que não faltou.
Na manhã seguinte, retornei a cidade grande. Dentro do ônibus tive a oportunidade de rever meus conceitos. Minha companheira tinha razão, eu era um ciberviciado, e dos mais compulsivos, tanto que resolvi procurar ajuda, mas onde eu poderia encontrar auxílio do tipo?
Óbvio, pesquisei na internet. Abrir o Google, digitei: “Sou um ciberviciado, e agora?”. Daí vi algumas pesquisas científicas relacionadas ao assunto. A vida de quem sofre desse transtorno é bastante complicada. Pouca sociabilidade offline, longas horas na frente do computador e fobia por se desconectar são alguns sintomas.
Então descobrir a grande sacada da minha namorada com essa viagem. Ela queria que eu descobrisse que para eu me sociabilizar eu não precisaria passar longas horas na frente do PC e que o medo mesmo é aquela desconexão das coisas simples da vida: cordialidade,  visitas informais e um café de longas horas na varanda. Será o fim da minha carreira na internet? Absolutamente não.

Story Book of the Travel to Buritis-MG

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marquesmrc Buritis-MG 24/04/2011 photoset marquesmrc Buritis-MG 24/04/2011 photoset
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