A presença da tecnologia na vida cotidiana é um fato consumado. Que impacto, então, ela teria na formação dos elementos inerentes daquilo que define uma geração? Claro que além de sua influência há outros fatores ligados, porém ao longo de todo o século XX, a tecnologia funcionou como elemento chave para alterações mais visíveis no comportamento entre gerações, tanto que com a aceleração do tempo resultante do seu processo, sua formação que antes demorava 25 anos hoje demora menos tempo, em média 15 anos. Entendamos geração como um grupo de pessoas nascidas em período próximos que em níveis sociológicos ampliados mantem comportamentos similares. Fala-se atualmente na Geração Z, conceito esse advindo da idéia de geração X do fotógrafo da revista americana Magnum, Robert Capa nos anos 50.
Para Capa, a geração X é aquela posterior aos “Baby Boomers”, geração pós-Segunda Guerra. Esses filhos tiveram o impacto da chegada da televisão e a popularização dos eletrodomésticos. Essas vertentes tecnológicas trouxeram um perfil social de engajamento em lutas sociais e maior participação política, mas o que realmente definiu o padrão X de viver foi o aumento da escala produtiva do automóvel, elemento que impulsionou a difusão do “American way of Life”, termo bastante explorado pela mídia norte-americana na época da Guerra Fria.
Na década de 60, houve a invenção do anticoncepcional. Ela alavancou diversos movimentos feministas pelo mundo em busca de igualdade de gênero e maior participação política. Esse evento tecnológico impactou a cultura mundial em função da mulher, com a pílula, adquirir maior autonomia em seu controle sobre o próprio corpo, situação que trouxe inúmeras transformações onde, os filhos nascidos nesta época marcaram o nascimento de uma nova geração, já em meados da década de 80: a geração Y.
Ela foi a geração que viu a popularização do computador para fins comerciais e pessoais. Viu o celular dar seus primeiros passos e, dentro deste novo espaço tecnológico, serviu de berço para uma geração voltada para o conceito “tech”, além de se tornarem-se membros da nova aldeia global. No campo profissional, foi responsável pela implementação de novas estruturas organizacionais voltadas pela exaltação do mérito e não pelo tempo de carreira, criando inclusive novas áreas, como o Gerenciamento de Talentos.
Mesmo com a sociedade vivendo sob as maravilhas do computador e da comunicação portátil, uma nova tecnologia, que teve seu ápice nos anos 2000, foi responsável por uma mudança revolucionária no comportamento social, e os filhos de Y, nascidos sobre essa plataforma, marcam atualmente sua participação sob sua influência. A internet revolucionou em função do seu caráter convergente. Todas as mídias tradicionais hoje passam por mudanças em suas estruturas para atuarem também na internet, nativos deste mundo está a geração Z.
Ao contrário das demais gerações, a informação não é um problema para os Z, aliás, o desafio está em como lidar com tamanha informação, acessada desde o computador da sala até mesmo no celular. Se desconectar para eles, significa estar fora e atrasado, assim, a ânsia pela conectividade é a grande característica dela.
Em diferentes épocas, a tecnologia trouxe não apenas desenvolvimento, mas novos padrões de comportamento para a sociedade. Abandonou-se nestes últimos 60 anos aspectos conservadores sociais que impedem e atrasam o progresso em nome de uma sociedade em alta velocidade, conectada a ansiedades e altíssimo consumismo. Em cena, várias gerações tentam lidar com essa nova situação e, nessa sopa de letrinhas, o futuro ainda continua incerto.
Para Saber Mais:
No Wikipedia:
Mundo do Marketing
G1 (Jornal da Globo)
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