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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Estressices Coletivas - Os Baleiros de Ônibus

"Frequento diariamente, há mais de seis anos, os transportes coletivos de Brasília e, tanto tempo entre balaústres, catracas e muito calor humano, desenvolvi um amplo conhecimento empírico no assunto. Parte deles, venho transmitir a vocês como uma tentativa de trazer a esses mínimos espaços algumas regras mínimas de convivência".

Os Baleiros de Ônibus.

Eu podia estar roubando, matando ou até mesmo me prostituindo (credo!), porém venho aqui encarecidamente escrever este artigo para ilustrar um personagem bastante presente dentro de todos os coletivos: os baleiros, aqueles senhores que entram pela porta de trás com o objetivo de tomar o nosso dinheiro, seja com a venda de produtos ou com performances de miserabilidade. 

Curiosamente, esses profissionais (sim, eles são profissionalíssimos no que fazem!) compõem o serviço de bordo mais completo que existe, ora com entretenimento, ora com a venda de produtos que também são vendidos em supermercado, poupando-nos de um precioso tempo que podemos gastar em atividades mais tranquilas, como abarrotar ônibus com o nosso calor humano, por exemplo. 
Lembro-me de certa vez, quando apreciava os atributos de um coletivo completamente abarrotado de passageiros. Havia deles por toda a parte: no colo do cobrador, pendurado no teto e até mesmo no disputadíssimo chão próximo a saída traseira. Entrou um cavalheiro muito simpático disposto a nos distrair com adivinhem o quê! Isso mesmo, piadas sobre ônibus lotado.
Até achei interessante a performance do rapaz, ainda mais pelo sucesso e renome que ele possui. Fomos informados, em primeira mão, que o nosso comediante estrelaria o quadro "Quem chega lá?" no Domingão do Faustão. Ainda hoje aguardo ansiosamente todos os domingos na frente da TV quando esse cidadão fará a estreia dele. 
E quando são aqueles obreiros da caridade? Nossa! Há dias em que nem durmo quando deixo de contribuir com alguma instituição inexistente de assistência a drogados ou enfermos de outras patologias. Ainda há os super-heróis da alma, que sempre procuram nos tocar com mensagens bíblicas decoradas e jargões manjados sobre salvação eterna. Caso alguém não aprecie a minha ironia, com o apoio de Mateus 6:14-15, peço perdão. 
O caso é que, apesar dos farsantes, muitos baleiros são sérios. Espero que este texto sirva para auxiliar na identificação daqueles realmente lutam pelo pão de cada dia e tenhamos consciência de que, aquilo que consideramos um saco em viagens coletivas, pode ser a tentativa honesta de alguém ganhar a vida, já que, sim, eles poderiam estar (te) matando e (te) roubando.

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