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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Caso de Realengo abre diálogo sobre o Bullying

Chocados pelos efeitos tragédia em Realengo no Rio de Janeiro, no dia 7 abril e, pelos vídeos divulgados do assassino, além de, claro, impulsionados pela repercussão do caso na mídia, a sociedade brasileira hoje discute com mais intensidade o bullying e o despreparo das escolas em lidar com o assunto. Agora, com ela, vem a questão: esta incompetência ocorre somente nas instituições de ensino?

Bullying é um termo em inglês criado pelo Norueguês Dan Olweus no fim da década de 1970 ao identificar uma tendência entre adolescentes suicidas. Ele observou que na maioria dos casos, os jovens sofreram algum tipo de intimidação e humilhação por parte de alguns de seus colegas.

Assim, tomando com base a palavra inglesa bully (fortão, valentão), o conceito ficou conhecido como uma forma de agressão intencional, seja ela física ou emocional, de forma repetitiva, praticada por um ou mais colegas contra um ou mais alunos. Segundo a revista Escola, em uma publicação sobre o assunto, o conceito fica mais completo e claro quando as suas principais característica são apresentadas.

·         Intenção do sujeito em praticar a ação
·         Repetição do ato
·         Presença de Espectadores
·         Concordância do Alvo em relação a ofensa

Esse tipo de prática é bem mais corriqueiro em escolas, onde a mini sociedade de alunos em formação, gera grupos sociais que se voltam contra aqueles indivíduos que se diferenciam étnica, estereotipa ou religiosamente dos outros e essas diferenças são percebidas pelo próprio aluno alvo do bullying que legitima a repetição da discriminação.

Desse modo, o assassino de Wellington Menezes de Oliveira justificou, em vídeos divulgados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, seu assassinato em massa pelas constantes humilhações que sofria em seus tempos de aluno na escola Tarso da Silveira, onde se passou a tragédia e, voltou-se contra 22 crianças, ocasionando a morte de 12.

Talvez com o receio de novas tragédias similares agilizou o Projeto de Lei do Senado 228/2010, onde o autor do projeto do deputado Gim Argello (PDT-DF) defende que as escolas devam incluir políticas de combate a esse tipo de prática em seu currículo educacional. Atualmente o projeto já foi aprovado pelo senado e encaminha para apreciação na Câmara dos Deputados.

Com essa medida, a sociedade automaticamente transferiu a responsabilidade pelo bullying aos educadores e há pais inclusive entrando com ações judiciais contra escolas que negligenciam medidas contra alunos autores de bullying. No entanto, a prática também acontece em outras esferas sociais, como na família, no trabalho ou na faculdade e também o comportamento do autor não ocorre somente no ambiente escolar. “'O autor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar na qual tudo se resolve pela violência verbal ou física e ele reproduz isso no ambiente escolar'', explica o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), em entrevista a revista Escola.

Assim, os educadores sozinhos não conseguem resolver o problema. Muitos autores do bullying já vem de relações familiares conturbadas onde os pais tem pouca participação na vida escolar e no desenvolvimento do aluno, mas como os primeiros sinais surgem na escola, muitas vezes a responsabilidade recai sobre os docentes. Pela seriedade do assunto, é muito válido que este seja discutido intensamente, porém com muita convicção e sem ressentimentos sobre a triste história ocorrida no colégio carioca.

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